Conversando com a Aparecida, senhora de 50 anos, que todas as 5ªs. feiras faz limpeza no meu apartamento, ela manifestou preocupações com o filho que, há 1 mês, no Estado de Goiás, está sem aulas, tendo em vista a greve dos professores. O filho dela acabou de fazer 18 anos e está terminando o ensino médio. Para não ficar sem fazer nada ao longo da greve, está trabalhando na “política”, ou seja, recebe uns trocados para fazer campanha para um candidato a prefeito.
Continuando a nossa conversa, ela informou que, na outra casa em que trabalha, os donos têm uma filha de 15 anos que está indo estudar na Suíça. A garota, filha de pais de classe média alta, sempre estudou em “boas” escolas particulares, além de ter oportunidades de viagens, acesso à livros e cultura.
O que inquieta é a concentração das oportunidades. A Aparecida é negra, seu filho é negro. Ainda neste país, os negros continuam sobrevivendo das ocupações menos valorizadas socialmente. A reprodução das desigualdades continua.....
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