terça-feira, 15 de maio de 2007

Crítica do filme, por J. Reinaldo!



Análise de Filme: Gattaca – A experiência Genética

Gattaca, decididamente, é um filme que toca em temas delicados, e que revolucionou e polemizou certas discussões na época de seu lançamento, há dez anos. Mas seu conteúdo ainda continua atual, uma vez que vivemos no ápice das discussões sobre os estudos do genoma humano, clonagem e até viagens ao espaço. Se fossemos discutir sobre os temas tratados no filme, na época de seu lançamento, em1997, com certeza seríamos muito céticos com relação às possibilidades de vivenciarmos tudo isso, contudo, chegamos às portas de um novo século, não mais descrentes do potencial humano e de suas descobertas tecnológicas, mas temerosos e perplexos, com relação ao que poderemos ver e experimentar daqui para frente. Tratar o desenvolvimento tecnológico sob a ótica da ciência unicamente, é o mesmo que não ter uma visão do todo. Com isso, podemos relacionar alguns temas tratados no filme com a nossa realidade hoje.
No filme, notamos claramente a exposição de certos temas que se parecem com os atuais, como o da invasão de privacidade, divisão em classes sociais (a divisão social baseada nas qualidades inatas dos indivíduos, ou seja, caracteres geneticamente manipulados), preconceitos, eugenia, falsidade ideológica, etc. Atualmente, vivemos em uma sociedade informatizada; a televisão, o computador, a internet e muitos outros apetrechos nos dão uma visão global das coisas, queremos saber de tudo, e até nos divertimos com os conflitos alheios nos Reality Shows, como o Big Brother Brasil, a Casa dos Artistas, entre outros. Estamos habituados de tal maneira com assuntos tão sérios, que perdemos a dimensão ética deles.
Não duvido que o ser humano vá a outros planetas, que possa manipular os genes, criando seres mais saudáveis, que possa invadir a vida intima de outros indivíduos, que possa construir uma estrutura social hierarquizada geneticamente, mas aqui cabe uma reflexão, essa é o tipo de sociedade que queremos? Se não, cabe a nós educadores construir uma sociedade melhor, mais humana, por mais que erremos nessa empreitada, afinal, o erro, a pedagogia do erro, faz parte da nossa condição humana, nos fazendo seres incríveis, capazes de aprender em situações adversas. Estamos em uma encruzilhada, qual caminho devemos seguir? Que a nossa escolha seja sábia, pois uma vez trilhando tal caminho é impossível voltar.

3 comentários:

Angélica disse...

J. Reinaldo! Como eu já te conheço, não me surpreendo mais com sua inteligência e domínio sobre o que diz.
Gostei muito da sua crítica.
Parabéns!!!

Carol disse...

Olá, J. Reinaldo!

Concordo com você que o conteúdo do filme continua atual, especialmente, no que se refere à perda da dimensão ética pelos seres humanos. Esses programas Reality Shows que você cita são um bosm exemplo disso.
A tecnologia serve como uma ferramenta para auxiliar o processo de crescimento e desenvolvimento humano e não para nos tornarmos escravos dela.
Percebo que muitas pessoas vivem em um mundo de mentiras e ilusões, muito disso é influenciado pelas mídias. O uso dessa ferramenta manipula as pessoas de uma forma fantástica. Podemos citar as telenovelas e os conhecidos Reality Shows que fantasiam uma dimensão do nada, nada de conteúdo, somente fantasias...

Almira disse...

Parabéns ZÉ, muito bom esse seu
texto!!!
Gostei de suas colocações.